Ficou para Dezembro deste ano um dos maiores acontecimentos no mundo do Yoga. José Hermógenes de Andrade Filho, autor do livro Auto-Perfeição com Hatha-Yoga, aos 87 anos, lança a 50a. edição de uma das obras mais lidas na história do Yoga. Além de colocar Hermógenes entre um dos maiores autores de Yoga do mundo, isto o coloca também entre um dos mais lidos autores brasileiros. E a beleza, para os olhos de quem quer ver, é que isto acontece com um autor que é também um poeta, que apresenta o yoga na arte da escrita, do texto, da rima, da prosa, além das posturas e técnicas que parecem tão infantis mediante à realização apresentada em seus textos.
Mais beleza se mostra ao vê-lo ainda na ativa, após tantos anos, promovendo palestras, retiros de carnaval, apresentações, não só no Brasil, mas também no exterior. Sorte dos brasileiros que sabem de sua jóia preciosa.
Eis a canção que escutei o Sábio cantar:
“Não sou o que pensava ser.
O que julgava Real era apenas sombra.
O que cria valer, valor não tinha.
O consciente revelou-se-me não ser.
Vi a impermanência do que eterno me parecia.
Vi mentiras escondidas em reposteiros de verdades.
Ao desiludir-me, vi sorrisos disfarçando prantos.
Em meu desencanto descobri maldades nos que supusera santos.
Quando me desenganei, constatei a estultícia de quem supusera ser sábio.
Vi tibieza nos que pareciam fortes.
Assim como o Real se veste de aparências, os homens se vestem de ilusões.
O mal não está em o Real vestir-se de maya, nem ao homem que se veste de hipocrisia.
O mal estava no engano, no encanto, nas islusões que minha própria ignorância engendrava e nutria.
Desiludido, desenganado, desencantado, agora estou salvo.
Agora vejo.
Agora sei.
Agora Eu Sou.”
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“És pó e ao pó votarás”, ensinaram-me.
E eu me deprimi.
“És Deus e esqueceste queés: , disseram-me.
E eu me senti feliz.
Caí em dúvida:
Então há em mim treva e luz?
Divino e humano?
Glória e miséria?
Essência e existência?
Cósmico e telúrico?
Realidade e aparência?
Plenitude e vazio?
Eternidade e impermanência?
Pó e Deus?
Evidentemente que sou joio e trigo.
Céu e inferno.
Grandeza e mesquinhez.
Verdade e mentira.
Liberdade e servidão....
E agora?!...
“A existência que tens é um empréstimo. Aproveite-a para realizares a Essência”, foi o que aprendi.
...e o pó deixará de ser.
…e Deus virá a ser.
Hermógenes, Mergulho na Paz, p.193
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