Dia 14 de Dezembro de 2008 o Brasil celebrou um acontecimento de dimensões mundiais no Rio de Janeiro. Não apenas o show do Madonna, mas o lançamento da 50a. edição de um livro. Seria um acontecimento muito especial no país, apenas por ser uma 50a. edição, mas é ainda mais especial, pois é 50a. edição de um livro de Yoga. Acontecimento que seria raro até na Índia. Mas o mais belo é ver como o texto, inicialmente escrito em 1962, fala de ética, a ética dos professores, a busca do caminho de forma ética. Por vivermos neste momento, situações em que esta ética é questionada, pela conduta dos professores e das revistas especializadas que propagam irresponsavelmente professores, este texto de Hermógenes se faz obrigatório, e a celebração do mesmo, que por 50 vezes é re-editado, é motivo de profunda e humilde reflexão de todos nós.
Não é com a luz que vem de fora que se pode iluminar tão transcendente objeto de contemplação, mas sim com a luz que vem de dentro, a luz que as trevas não vencem. É preciso que o homem se ilumine a fim de que possa saber por si mesmo.
O observador apressado, que perlustra as veredas das mensagens dos Mestres e os textos sagrados chega a errôneas conclusões que os dividem em seitas, religiões e doutrinas diferentes. Chega mesmo a entender de modo aberrante os ensinos e as verdades. Estas, mesmo que aceitas, quase sempre permanecem como conhecimentos muito bonitos, mas inexequíveis, não conseguindo sequer transformar o comportamento e o mundo do crente. Nesse estado, pensam como pedras. Soam como proibições vindas dos mentores irascíveis, como lições de um instrutor demasiado teórico e verbalista, como ameaças de um punidor oculto e indiferente à fragilidade humana. Parecem metas assaz divorciadas das vulgares possibilidades humanas. Desanimado por não poder tornar-se tão perfeito, o caminhante termina por enveredar pela estrada mais larga do mal, certo de ser-lhe impraticável a estrada estreita.
Sem coragem, sem fé, sem destino, sem esperanças, erra pelos desvios, entregando-se a toda sorte de fraquezas, a fugas, a extravagâncias, delinquência, enfermidade, neurose, conflito, bebedeiras, luxúria. Ansiosamente persegue míticas compensações, excitantes experiências, tornando-as como solução para a grande infelicidade que é o viver sem objetivo, sem explicação, sem paz, sem consolo. Cada vez que peca, mais se compromete com o pecado, como o cavaleiro que tombou do cavalo e que acha mais segurança em fundir-se com a lama. Isto é o que acontece a muitos homens, os quais alcançam ver que na ética ensinada pelos Grandes Mestres as mensagens de esperança, felicidade, alegria e consolo constituem a sua essência última.
Hermógenes, Auto-Perfeição com Hatha-Yoga, p. 314, 50a. Edição
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