Dia 09 de Março de 2010, Rio de Janeiro, cada OM recitado na sala das 07 janelas da Rua Uruguaiana, 108 era dedicado à figura do Prof. Hermógenes, que em 1962 iniciava a oferta daquele espaço para a prática do Hatha Yoga e ensino da espiritualidade. O motivo da especial dedicação da recitação, era que neste dia, o Prof. Hermógenes completava 89 anos de idade. Para as pessoas próximas a ele, já conversávamos, era o início para a grande celebração de 90 anos. Faltam apenas 364 dias. O texto escolhido tem relação com esta comemoração, quando ele mesmo fala sobre juventude, mocidade, dignidade, resignação e longevidade.
...Pode-se estabelecer que aquele que deseje ser jovem, além de exercícios físicos, repouso e dieta, deve: manter pensamentos positivos de coragem, saúde, tranquilidade, juventude e vigor; imaginar-se a si mesmo forte, sadio, bem disposto, alegre e entusiasmado; alimentar suaves emoções de amor, justiça, bondade, tolerância e simpatia; ajudar os semelhantes; não se lamuriar de suas enfermidades, cansaços, dores ou dificuldades; procurar sempre aprender e empreender algo novo; cultivar reverente admiração por todas as manifestações da vida; não tentar provar com excessos sua potência sexual; evitar maledicência, inveja, ódio, ciúme e autopiedade; ocupar a mente com planos generosos e principalmente praticar o samprajanya, isto é, viver com exclusividade cada momento, sem ligá-lo ao passado ou ao futuro.
Somente a partir de 1936 a ciência médica ocidental se apercebeu do mecanismo pelo qual as emoções geram as enfermidades ou a saúde. O que até agora conhece é, indiscutivelmente, produtivo, entretanto, ainda desconhece muito. A milenar ciência yoguin explica a interação psicossomática de maneira mais completa, mediante o duplo etérico, como um intermediário entre o corpo físico e a mente. É no duplo etérico ou corpo prânico que enfermidade ou saúde, mocidade ou decrepitude têm origem. O bom e o mau estada da anatomia e da fisiologia do corpo material são apenas reflexos Da anatomia e da fisiologia sutis, que, por seu turno, precisam e sensivelmente obedecem ao pensamento e às emoções.
O Yoga, mediante pranayamas, kriyas, mudras, ásanas, bandhas e meditações, capita da natureza o “élan vital” - prana -, armazena-o nos misteriosos acumuladores que são os chakras, purifica os nadhis (condutos imateriais da energia da vida), equilibra as duas forças - Ha e Tha – e assim faz o duplo etérico vibrar harmônica, e consequentemente, o corpo físico.
Saúde e mocidade não são os fins da Hatha Yoga, não obstante seu miraculoso papel de doadora de saúde e mocidade. O praticante de Yoga não deve perder de vista jamais que um corpo sadio é somente um meio de progredir espiritualmente. Ser forte, ser puro, ser tranquilo são apenas condições com que o aspirante pode caminhar para a Divindade.
Leviano e nocivo é praticar Yoga por motivos materialistas. Cultivar juventude por vaidade e egoísmo vale por degradar esta coisa sublime, que é o Yoga. Não obstante, porém, as advertências dos Mestres, o Yoga tem sido objeto de exploração por mistificadores e exibicionistas inescrupulosos e levianamente utilizado como divertimento de pessoas ociosas. O Yoga não é um novo elixir à disposição do indivíduo que não sabe envelhecer com dignidade e resignação.
Autoperfeição com Hatha-Yoga, p. 62
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