quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Homem Sistêmico e Cibernético

Nos últimos tempos estive por estudar os principais teóricos das teorias sistêmicas e integrais. Teorias que abrangem as diversas sabedorias da humanidade, e a organizam e nos apresentam em perspectiva evolucionista e integradora. Esta forma de abordagem, extremamente moderna e recente, que tem entre seu teóricos principais o filósofo Ken Wilber, ou o biólogo Francisco Varela. Hermógenes incrivelmente estrutura a sua abordagem de Yogaterapia nas mesma linha de pensamento, nos surpreendende e apresenta um Sistema Terapêutico que será melhor compreendido e entendido apenas a partir de década de 80, popularizando-se a partir do ano 2000, sendo que ele já publicava e apresentava resultados efetivos do trabalho na década de 60.
Campanha Free Tibet Professor

  “O livro Saúde e Sistemas”, do cientista brasileiro Dr. Mária chaves ajudou-me muito, ao me fazer ver não somente o homem, ma a própria saúde sob a ótica da moderna Teoria dos Sistemas, proposta pelo biólogo Bertalanffy e pela igualmente moderna Cibernética de Wiener.

  Aquele que já é especialista e superespecialista – digamos, como exemplo, o bioquímico dos esteróides, o cirurgião de microcirurgia, o fisiologista edócrino, o ortodentista – não pode saber o que o homem é, assim como o cego que, examinando apenas a tromba, não poderia dizer o que o elefante todo é. Pesquisas como a de Bertalanffy e Wiener, que têm no entanto uma visão hoística, ou seja, uma compreensão da globalidade, são extremamente importantes para esclarecer o que acontece numa atuação corretiva exercida sobre a dita globalidade, isto é, sobre o homem todo.

  Bertalanffy faz nos ver o homem como um sistema entre os inúmeros e diversos sistemas particulares que constituem o megassistema que chamamos univrso.

  Que é sistema?
  "Um todo complexo e organizado; uma reuião de coisas ou partes formando um todo unitário…” que “dá uma conottação de plano, método, ordem, arranjo. O antônimo de caos” (Dr. Mário Chaves). Átomo, planta, estrela, galáxia e universo; um vírus, uma célula, um vegetal, um fígado, um cérebro, um animal, um homem; grupos sociais, instituições, empresas; relógios, geladeiras, automóveis, computadores, mísseis… Tudo, tudo é sistema.

  A saúde o eficiência vital, isto é, o cosmos em cada sistema é mantido graças a preciosos mecanismos de administração (internos e externos). A ciência que explica os problemas de controle, administração e governo, seja de uma máquina, de um homem, chama-se Cibernética (kybernus, do grego, significa leme, aquilo que governa o barco).

  Cibernética é a ciência que programa um scud para levar a carga mortífera a um "exato lugar”e que també leva um patriot a abalroar e explodir o scud. O tal “exato lugar”: é o alvo ou telos (objetivo) do scud; e este, o alvo do patriot.

  Todo sistema, quando bem gerenciado, estando sob controle, cumprindo seu papel-função diante do todo, obediente à “sua lei", está sadio, vivendo bem e avançando para o alvo. A gerência ou comando tem de manter a condição de estabilidade, ou, em palavras de eticoterapia, tem de manter seu “dever”ou dharma, e assim ele se defende contra a entropia, ou seja, contra a perda de organização, de estabilidade, de saúde, de vida. Em linguagem biomédica: “Um organismo (sistema) se mantém vivo e sadio enquanto não perdeu sua homeostase.” E que vem a ser a homostase?

Primeiro entendamos que o corpo – aquele especial sistema pelo qual a medicina quase exclusivamente se interessa – se mantém saudável enquanto so seu ‘meio interno” (M.I.), não obstante as sucessivas alterações do “meio externo”(M.E.) em que está inserido, não se desestabiliza, ao contrário, mantém-se em equilíbrio dinâmico, graças a um sapientíssimo “mecanismo” neuro-hormonal, que por reajustes sucessivos, garante um permante reequilibrar-se…a perda da homeostase, ou seja, a instabilidade do M.I. – que a prática do sádhana (“método”) consegue restaurar. Em linguagem do Yoga, o estado de vy-adhi (caos) se recompõe em sam-adhi (cosmos).

Constatações inúmeras me autorizam a dizer que “o método”, resgatando a homeostase, defende o M.I. de se perturbar, mesmo quando o M.E. é estressante. Um praticante de Yoga atravessa o “campo de espinhos” sem se deixar ferir.

Hermógenes, Saúde Plena com Yogaterapia, p.195

Um comentário:

  1. É interessante notar que, na obra de Wilber, o sentido de holismo se amplia. Ele critica, com razão, o chamado "holismo plano", representado por todas as ciências sistêmicas.

    Ele incorpora todas as suas contribuições fundamentais, mas não se deixa capturar, como muitos o fazem, pela tentação do "reducionismo sutil". Esse é o caminho de muitos teóricos do Novo Paradigma: Em vez de uma visão atomística do mundo, agora eles oferecem uma visão sistêmica do mundo. De atómos materiais, passa-se para sistemas materiais. Todos planos.

    A consciência, que eles dizem abordar, só é consebida em termos materiais, como um reflexo da matéria. O que eles não fazem a tratar a consciência em si mesma. Portanto, cuidado com as abordagens "nova era", "novo paradigma" e "sistêmicas".

    O importate na Visão Integral é integrar o holismo material ao holismo da consciência, de forma que cada um complemente as limitações do outro. Tratar as duas coisas sempre em paralelo e em interação, sem reduzir nenhuma à outra. Este é um dos objetivos de uma visão integral.

    Um grande abraço!

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