terça-feira, 21 de abril de 2009

É como se o Ocidente descobrisse o Oriente


Um excelente estudioso do yoga, um escritor que torna-se aos 85 anos membro da Academia de Letras do Rio Grande do Norte, são algumas facetas que já despontam neste primeiro trabalho sobre Yoga do Prof. Hermógenes, originalmente publicado no início da década de 60, e com qualidades que se firmam no decorrer dos mais de 30 livros publicados.

A compreensão do shastras, textos espirituais clássicos da Índia, a relação com a fé ocidental cristã, a linguagem nova e simples, renovando conceitos para a melhor compreensão do leitor, como os termos normótico e egoesclerose, e fundamentalmente, a valorização da fé e da jornada espiritual. É no desenvolvimento destas características básicas e fundamentais que Hermógenes se firma como um dos maiores autores que o Yoga conhece.

Uma onda de curiosidade acerca do Yoga tem, nos últimos tempos, assaltado o homem ocidental. É como se o Ocidente descobrisse o Oriente. É muito rico em consequências tal descobrimento: novos horizontes, novas perspectivas, novas técnicas de vida, esperanças novas, remédios novos. Novos para nós. Para os povos do Oriente, velhíssimos. Milenar é o Yoga. Infelizmente, hibernando na superficialidade, os normóticos consumidores de modismos, no Ocidente, estão desviando o Yoga de seus santos e sábios objetivos, reduzindo-o a ginástica a serviço da egoesclerose (a doença do egoísmo). É lastimável! Aprenda aqui o Yoga dos Verdadeiros Mestres.
Contou-nos Jesus que um filho, ansioso por conhecer o mundo, um dia pediu ao pai a herança e partiu em viagem. No início, a ilusão e a atração do que é mundano afastaram-no cada vez mais daquele lugar – a casa paterna – onde desfrutara segurança, alegria, amor, paz, beleza e verdade. Tempos depois, os recursos que trazia foram-se exaurindo. Os prazeres e os amigos, até então compráveis com dinheiro, aos poucos foram-se fazendo mais raros, até que se foram de todo. A dor substituiu os prazeres, a solidão, os amigos. A intranquilidade ocupou o lugar da segurança. O medo, a miséria física e moral tornaram-se todo-poderosos em sua desgraçada vida. Foi então que, tenuamente, quase inconscientemente, o filho pródigo começou a sentir que somente poderia salvar-se se voltasse a unir-se a seu lar paterno.

A parábola termina com o reencontro da felicidade. É o happy end que lhe desejo, meu caro irmão, que, tal como eu, já começou a sentir que precisa unir-se. Yoga é uma filosofia, uma ciência, uma técnica de vida que há milhares de anos vem servindo de caminhada de volta àqueles que anseiam por, novamente, fundirem-se na plenitude de onde promanaram.

Você que lê este livro está agora mais perto da Casa do Pai do que muitos outros irmãos da humanidade. Sabe por que o digo? Porque já sente o desejo de voltar. Seu interesse por esta obre me diz que você já iniciou sua gloriosa viagem de volta. Você começa a religar-se, a unir-se, a juntar-se, a comungar, a integrar-se, a unificar-se em si mesmo...Tenho razão, não é verdade?
A palavra Yoga vem da raiz sânscrita yuj, cujo significado é precisamente jugo, junção, união, comunhão, integração... Exatamente o que você deseja.
Por mais destacado que seja nosso lugar na sociedade, por maiores que sejam nossos haveres e poderes, por mais intensos que sejam nossos prazeres, continuamos sentindo que algo nos falta. Há uma indeterminada necessidade a inquietar-nos, necessidade que não é sexo, não é talão de cheques, não é uma posição de mando, nem um lugar nas colunas sociais, nem mesmo a beleza, ou uma boa família, que também não é carinho e afeto. É, isto sim, a triste sensação de sermos desterrados. Isto é o que nos inquieta. É a ânsia de voltar.”
Prof. Hermógenes, Auto-Perfeição com Hatha-Yoga, Editora Nova Era, p.35


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